domingo, 26 de agosto de 2012

O PARANGOLÉ


        No fim da década de 1960, Hélio Oiticica, é levado pelos colegas artistas Amilcar de Castro e Jackson Ribeiro a colaborar com a Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira. Envolve-se com a comunidade do Morro da Mangueira e dessa experiência nascem os Parangolés. Trata-se de tendas, estandartes, bandeiras e capas de vestir que fundem elementos como cor, dança, poesia e música e pressupõem uma manifestação cultural coletiva. O Parangolé toma a forma de uma roupa maleável, que pode ser vestida, parecida com uma capa ou manto, feita de uma ou mais camadas de material brilhantemente colorido que requer movimento direto do corpo e se revela nesse ato.
 
 
 
 
 
       
        Vestir-se com um Parangolé implica, de acordo com Oiticica, uma '"transmutação expressivo corporal", aguçando-se a própria consciência de corpo, movimento, ambiente e suas inter-relações - como se, por exemplo, a pessoa estivesse num palco, onde toda ação é magnificada e toma uma nova significação. 
 
 
 
 
            O Parangolé desdobra-se e entrelaça-se com o ambiente espacial e social, rompendo e agitando a situação controlada da experiência artística. Segundo Lygia Clark, amiga e artista contemporânea de Oiticica, sua visibilidade é direcionada ao "corpo-olho" e não ao "olho-máquina" e está sempre num processo de transformação. 
 
 
 
 
 
BRAGA, Paula (Org). Fios soltos: a arte de Hélio Oiticica. São Paulo: Perspectiva, 2008.
 
 Enciclopédia de Artes Visuais, Itau Cultural.
 

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